segunda-feira, julho 11, 2005

 

Cemitério de uma carreira

Dentre os vários pontos problemáticos de "Jardins de Pedra", o principal é aquele que deveria ser a força motriz do filme: a amizade entre os dois protagonistas. Se James Caan segura as pontas como de costume, o mesmo não se pode dizer de seu sidekick, o inexpressivo D. B. Sweeney. Deveria se torcer para o segundo, em sua tentativa de crescer dentro do exército, saindo assim da sombra do pai, e que conquista a admiração e o respeito de seus superiores pela sua força e caráter. Mas tal personagem, já clichê em sua essência, é interpretado de forma tão banal pelo fraco ator que não rende torcida nem identificação. Some-se a isso a direção ponto-morto de Francis Ford Coppolla, que se espalha também pelos outros intérpretes (o de Angelica Houston é um primor de apatia) e uma irritante visão "chapa-branca" do exército americano enfileirando uma porção de frases feitas a respeito da guerra do Vietnã e temos um filme quase que completamente falido em suas intenções.

Podemos dividir a carreira de Coppolla em três: a primeira fase, disparado a melhor, do início de carreira até "Apocalypse Now"; depois a fase dos anos 80, que ainda mantém seu interesse; e a fase terminal, deste "Jardins de Pedra" até "O Homem que Fazia Chover", onde o realizador se acomoda e praticamente anula sua força criativa.

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