quarta-feira, abril 27, 2005

 

Na terra da Rainha...

O Chelsea será campeão inglês porque abriu seus olhos na hora certa. Na temporada passada, o milionário russo Roman Abramovic gastou rios de dinheiro para contratar (e praticamente acabar com a carreira de) craques como Verón e Crespo, mas entregou o comando da equipe ao limitadíssimo treinador italiano Cláudio Ranieri. Deu com os burros n'água, mas fez aquilo que qualquer ser humano com um mínimo de inteligência e humildade deve fazer: aprendeu com o próprio erro. Na atual temporada, Abramovic resolveu adotar a política “pés no chão” (se é que, com tanto dinheiro, isso possa existir) em relação ao seu time, ao investir em atletas de menos renome como Kezman e Drogba; mas bancou o salário exorbitante do técnico campeão europeu de 2004, o falastrão e competente português José Mourinho. Investiu aonde mais precisava, e o resultado está aí: os londrinos estão, merecidamente, com a mão na taça. Em tempo: Frank Lampard, volante da equipe, é o melhor meio-campista do atual futebol europeu. Disparado.

O politicamente correto é uma praga das mais irritantes. De um e-mail que recebi esta semana:
"Preservar o meio ambiente é sinal de respeito ao ser humano, pense se realmente é necessário imprimir este e-mail".

sexta-feira, abril 15, 2005

 

Xenofobia pouca é bobagem

Essa prisão do zagueiro argentino Leandro Desábato vem, aos poucos, se transformando em uma das maiores palhaçadas que já pude presenciar. Ofensas são coisas típicas de jogo, e morrem por ali mesmo. Ter chamado o atacante Grafite de “macaco” ou “negro” durante uma partida não significa absolutamente que Desábato, ou qualquer outro atleta, seja racista, e isso só quem é idiota não percebe. Por quê nunca se destacam os xingamentos dos quais os argentinos também são alvo? E, aí, o caso vira um terreno dos mais saborosos para os hipócritas de plantão vomitarem sua demagogia via os meios de comunicação. Em situações como essa, a simples naturalidade brasileira do jogador passa a ser seu salvo-conduto, e a proveniência argentina dos atletas adversários o condenam de antemâo, seja como 'arrogantes', seja 'racistas', seja 'prepotentes' e etc. Esses urubus da crônica esportiva adoram criar clima de guerra antes de jogos contra portenhos, e nessa situação Desábato esses mesmos incitadores agora posam de bons mocinhos. Quanto nojo.

E os xenófobos de plantão não estão para brincadeira. Kia, todo-poderoso do Corinthians, vem sendo perseguido incessantemente desde sua chegada ao Brasil. Mas esses mesmos arautos da integridade, tão interessados em defender nossos interesses, fazem vista grossa à fortuna de Eurico Miranda, à dinheirama suspeita do Brasiliense, à boa-vida de Ricardo Teixeira... Será que também existe uma “reserva de mercado” para a ladroagem?

E esse papo da transferência de Robinho já está ficando insuportável. Que vá embora logo, e satisfaça seu próprio desejo de jogar no exterior, e da imprensa, que deseja vendê-lo a todo custo e planta seguidamente informações das mais estapafúrdias.

segunda-feira, abril 04, 2005

 

Teoria da conspiração

Pode nem ser que seja, mas vá lá...

"We Are The World", antes de virar clássico trash, entrou para a história antes de tudo como um libelo à benevolência, ao altruísmo, um pedido emocionado de ajuda ao próximo, que visava tocar o ser humano em favor dos esfomeados africanos. Mas, hoje em dia, descontando a cafonália explícita de sua letra rasteira e seu horroroso videoclip, podemos enxergar vários artistas americanos fazendo uma grande ode à si mesmos, e, consequentemente, à sua nação. Explicitaram, até mesmo com o nome do projeto ("USA For Africa"), o orgulho americano, o poder da terra das oportunidades, única nação capaz de mobilizar o planeta em prol de qualquer causa e consciente disso. "Nós Somos o Mundo", afirmavam, entre satisfeitos sorrisos. Agora, nesse sombrios tempos de George W. Bush, chega a soar como um grandioso hino fascista.

Podemos também enxergar na clássica "Hotel California", dos insuportáveis Eagles, característica semelhante. Nela, a descrição de um hotel acolhedor e de atmosfera mágica revela a visão peculiar de uma Califórnia também acolhedora e mágica, onde os imigrantes se sentem felizes e contentes, e para lá rumam em busca de todas as maravilhas prometidas nessa terra de sonhos e de potes de ouro no fim do arco-íris. A afirmação definitiva de que o mundo começa pelos Estados Unidos, feita por uma de suas mais emblemáticas bandas. Nacionalismo exacerbado, embalado para consumo rápido e de efeito garantido.

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