sexta-feira, novembro 26, 2004

 

Tarantino e Kaufman

Filmes vistos essa semana (no tosco Cine Popular daqui de São Bernardo, um pulgueiro desconfortável e com uma péssima projeção)...

Kill Bill Volume 2 - Quentin Tarantino
Esse é com certeza o mais diferenciado dos filmes já feitos por Tarantino. Com um registro mais introspectivo e cadenciado, o diretor resolveu contar, quase sem sangue, uma história de amor. Ou duas. Ou três. Explico: ainda homenageando duas de suas maiores paixões, os westerns-spagetti e os filmes baratos de artes marciais, Tarantino conta a história de amor entre a Noiva e seu algoz, Bill. Um amor mal resolvido e impulsivo, que, mesmo após o término da vingança, não perecerá. Ambos os volumes dessa saga são rigorosamente diferentes: o primeiro apostava primordialmente em diversão; o segundo já se mostra mais reflexivo. E, mesmo tendo mudado totalmente o foco de seu interesse, Tarantino ainda demonstra como é muito acima da média dos diretores contemporâneos. Vale a pena encarar essa saga.

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças - Michael Gondry
O que mais incomoda aqui é o excesso de louvor a Charlie Kaufman. Roteirista interessante porém supervalorizado, Kaufman já virou uma espécie de grife em Hollywood. O diretor Gondry, aqui, parece intimidado com toda essa suposta genialidade do roteirista e, se por um lado acerta a mão com um tom mais contido, perece por ser tão reverente ao material que tinha em mãos, e não ao que filmava. Mesmo as atuações de Jim Carrey e Kate Winslet estão abaixo do que poderiam render. Um filme interessante sim, mas meio capenguinha em sua neurose embonecada.

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