segunda-feira, fevereiro 21, 2005

 

Ego é arte

Injustamente considerado um filme “menor” na extensa e grandiloqüente obra de Woody Allen, “Poucas e Boas” se revelou uma obra-prima digna de figurar entre os melhores trabalhos do diretor. Temos aqui um Sean Penn próximo da perfeição como o genial e genioso violinista Emmet Ray, tão talentoso quanto grosseiro e boêmio; e uma Samantha Morton absolutamente cativante e graciosa como a namorada muda do músico. Temos problemas no filme, sim: Uma Thurman, que aqui representa o alter-ego sempre presente do cineasta, aparece apagada e quebra um pouco o ritmo da película. Um certo clima pastelão e alto-astral da primeira parte é quase que abruptamente substituído pela melancolia de sua segunda parte, ambas um pouco distoantes entre si. Mas nada que comprometa o todo, principalmente porque está atrás das câmeras o verdadeiro dono do espetáculo. Filmando com uma segurança impressionante e com um tesão de dar gosto, Woody Allen diverte e se diverte, fazendo troça de suas próprias manias e egocentrismo. Um programaço!

Comments: Postar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?